domingo, 12 de janeiro de 2014

A Menina Que Roubava Livros (Markus Zusak)

Título: A menina que roubava livros
Autor: Markus Zusak
Título original: The Book Thief
Tradução: Vera Ribeiro
Editora Intrínseca
480 páginas
Minha edição: 1ª edição, 2007


Sinopse:
A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.

Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.

A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto - e raro - de crítica e público.
(Extraído do Skoob. Disponível em https://www.skoob.com.br/livro/7-a-menina-que-roubava-livros).





Enredo:

A Menina Que Roubava Livros é uma obra dramática, ambientada na Alemanha nazista, no período entre 1939 e 1946. O livro conta a história de Liesel Meminger, uma garota alemã, que durante a Segunda Guerra Mundial é deixada pela mãe para ser criada por Hans e Rosa Hubermann, um casal que mora aos arredores de Munique. A história é narrada pela morte. Logo no início conhecemos os eventos que levaram a pequena Liesel à Rua Himmel e seu contato com a morte. No decorrer da história ficamos sabendo a razão da alcunha que recebeu de seu amigo Rudy: Roubadora de livros. O primeiro livro roubado foi em 1939, durante o enterro de seu irmão, depois vieram outros. A vida de Liesel mistura-se às histórias de seus livros roubados e da guerra. Aos poucos, passamos a criar também, laços com Hans, Rosa, Rudy e Max, este último, judeu perseguido pelos nazistas e simpatizantes dos ideais hitleristas.




Meus comentários:

O Markus Zusak, autor do livro, criou personagens ricos, personagens humanos, complexos, com vícios e virtudes, com heroísmos e falhas de caráter. Talvez tenha sido isso que me cativou tanto, porque no decorrer da narrativa, me vi fascinada por personas que em alguns outros momentos cheguei a odiar.

O que me chamou bastante atenção foram as mulheres da história. A maioria é bem intragável, são mulheres retratadas sem nenhuma doçura, só para depois sermos envolvidos pela suas dores, sofrimentos e coração.

Como já mencionado, a morte é a narradora da obra, mas não é a morte que estamos acostumados a imaginar, ela é bondosa e acolhedora, sofrida, angustiada com o papel que realiza, além de ser meio poética. Ela é puro amor!

Gostei muito do fato de ser inserida nos hábitos alemães e da contribuição para o conhecimento desse período tão terrível.

Eu achei que o livro tem um ritmo mais lento, não chega a ser monótono, mas é uma leitura mais cadenciada, sem pressa na exposição dos detalhes, por isso achei bem gostosa. Outra coisa interessante, o autor antecipa muitos fatos futuros, isso faz com que a história não tenha um clímax, embora essa antecipação crie ansiedade. É uma história linear, sem grandes artimanhas para enredar o leitor.

A diagramação é bem legal, com capítulos curtos e bem traduzidos. Em resumo, é uma edição muito bonita. O trabalho de arte foi incrível. Ressalto, apenas, que apesar da protagonista ser uma criança, este é um livro para adultos. A linguagem é metafórica e tem seu refinamento.

Contudo, o que me desagradou um pouco, foi o excesso de termos em alemão. Sei que a história se passa na Alemanha, talvez por isso as expressões alemãs não tenham sido traduzidas, para enfatizar a raiz cultural da história, mas ainda assim, acho que isso não exclui a necessidade de tradução. Esse fator dificultou um pouco o meu envolvimento no início. Também achei que o final ficou meio aberto. Ele foi bem contado, mas senti necessidade de mais explicações em alguns pontos.

Gostei muito dessa história. O final é absurdamente triste. Foi a primeira vez que li um livro e chorei ao terminar. Foi um misto de tristeza, raiva e revolta, mas foram lágrimas boas. Eu não me importaria em derrubá-las outra vez.

Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente. (p. 09-10).

Quando eu assistir o filme, volto para comentá-lo para o desafio livros e seus filmes.


Nota: 4,6 
(As notas são dadas de 0 a 5).

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